quarta-feira, 4 de julho de 2012

Cicatrizes em cirurgia plástica

Fazer uma cirurgia plástica e corrigir aquele “defeitinho” que tanto incomoda é um desejo da maioria das pessoas, principalmente as mais vaidosas. Entretanto, o que muitos não sabem é que, a cirurgia plástica não realiza milagres. Isso acontece porque a cicatriz é gerada pelo corte feito na pele, e independente do tipo de sutura utilizada para juntar novamente a pele, o resultado final será, irremediavelmente, uma cicatriz.
Segundo a Dra Rita Sotelo, especialista em Cirurgia Plástica e Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o que os cirurgiões buscam é minimizar os efeitos das cicatrizes, buscando colocá-las em locais pouco visíveis ou então coincidindo com as chamadas “linhas de forças naturais”, que são as marcas já existentes no corpo, ou nos lugares que ficarão cobertos por biquínis e/ou sungas ou por pêlos e cabelos.
Existem ainda áreas favoráveis a uma cicatrização mínima, imperceptível, como por exemplo, em algumas regiões do rosto, preferencialmente as pálpebras.
Outro exemplo de cicatriz ocultada por sulcos naturais é a cirurgia de orelha, onde a incisão é feita bem na fenda natural, dando a impressão que não existe nenhuma cicatriz por ali.
Já outras regiões são favoráveis por causa da diferença de cor, como no caso das mamas. Então as cicatrizes ficam exatamente na transição da aréola (parte mais escura do peito) com a pele mais clarinha, e dessa forma ficam imperceptíveis. Alguns procedimentos, no entanto, são particularmente, favoráveis no quesito cicatriz. A vibrolipoaspiração, (método que eu realizo), lidera o ranking, até porque suas incisões têm apenas 3 mm e podem ser localizadas em áreas normalmente cobertas (marca do biquíni). Entretanto, é sempre bom lembrar que a vibrolipoaspiração não é método de emagrecimento, e em alguns casos não resolve o problema de excesso de gordura na barriga, sendo necessário primeiramente perder peso e posteriormente a realização de outro tipo de cirurgia para remoção das sobras de pele.
As cirurgias que deixam as incisões um pouco mais visíveis são a mamoplastia (redução ou elevação das mamas), cicatriz em forma de T invertido, e a abdominoplastia (remoção de pele e gorduras abdominais, que podem ser minimizadas escondendo-as em marcas de cesariana . Nesses casos o médico deve deixar bem claro aos pacientes quanto ao resultado final para que se avalie a relação custo/benefício desse procedimento, comenta a Dra. Rita.
Quando se fala em cicatrizes temos que considerar também as características pessoais e raciais. Indivíduos da raça negra ( afro-descendente) e amarela (asiática), geralmente têm maior tendência a desenvolver quelóides que são cicatrizes exageradas, exuberantes.
Em quaisquer casos, o cirurgião deve sempre explicar aos pacientes os processos da evolução da cicatriz em relação a sua aparência. Toda cicatriz fica vermelha até 7 ou 8 meses após a cirurgia. A partir disto, vai clareando até 1 ano e meio a 2 anos. No fim desse prazo, a cicatriz costuma ficar sob a forma de um fio branco.
Um dos tipos de cicatrização elevada, endurecida, escura, às vezes dolorosa e pode coçar, são as queloidianas (Queloide). Em geral ultrapassa os limites da incisão em todos as direções (para cima, para os lados, para as extremidades), mais comuns em pessoas negras (afro-descendentes) e asiáticas (raça amarela).
A cicatriz queloideana é considerada patológica e merece tratamento à base de compreensão, uso de corticóides (pomadas, fitas adesivas, injeção)
Porém, mesmo com os tratamentos, a quelóide pode voltar com uma porcentagem grande.

Dra Rita Sotelo-Cirurgiã Plástica
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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